segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Que coisa feia, tsc tsc

Sabe quando te pegam fazendo algo que você não devia tá fazendo?
Pois é, é engraçado né? Além de constrangedor, obviamente.
Há vários tipos de reações, as do tipo indignada e falsa moralista "Mas o que é isso?!"; a do tipo estética "Que coisa feia, tsc tsc"; a do tipo religiosa: "Oh Meu Deus!"; a do tipo já vi de tudo na vida "Pff.." a do tipo metódica: "Mas em cima do meu tapete?!" a do tipo que enfiou o dedo na tomada: "Estou chocada!", a do tipo protagonista de novela mexicana: "Oh! Rodolfo Augusto! Como podes ser capaz de ato tão vil, nefasto e degradante como este!"
Enfim, há tantos tipos de surpresas e tantos tipos de reações que se fosse enumerar aqui ficaríamos todos com a expressão de um dia de domingo assistindo Faustão, Gugu e genéricos...
Então, fora a vontade que você tem de que um buraco do tamanho do metrô de São Paulo se abra e te engula, o que mais você sente? Alguns talvez não sintam nada, outros talvez sintam-se realizados em quebrar certas regras hipócritas criadas por uma sociedade mais hipócrita ainda, ou talvez por terem quebrado suas próprias regras, seja lá quais forem.
Vocês sabem, Oscar Wilde já nos dava o exemplo em O Retrato de Dorian Gray: "Há pecados cuja recordação fascina mais do que o ato de praticá-los, triunfos singulares que lisonjeiam o orgulho mais do que as paixões e dão ao espírito mais prazer do que deram, ou poderiam causar aos sentidos." Absolutamente de acordo. Cometer erros não serve apenas para você aprender com eles, algumas vezes cometer erros é a melhor forma de acertar as coisas. Às vezes esses erros tiram o céu dos ombros de Atlas, ou mundo das suas costas, como queira. O fato é que dizem que só a morte te liberta, apesar dela ser a única coisa realmente certa na vida, às vezes é um erro que te libertará. Até de si mesmo.
Talvez o certo mesmo seja errar, afinal ninguém pode acertar sempre, se pudessem não seriam humanos, seriam Deus, logo vocês não existiriam e entre erros e acertos uma hora você consegue ver que "somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos aniquilar germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de livrar-se de uma tentação é ceder a ela.
Se lhe resistirmos, as nossas almas ficarão doentes, desejando coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão o desejo por aquilo que umas leis monstruosas fizeram monstruoso e ilegal".
Tá, pra quem acha que Oscar Wilde não é um bom exemplo a ser seguido, observem o que disse José Saramago em Ensaio sobre a cegueira: "Se antes de cada ato nosso nos púsessemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imeditatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
E isso sim é certo.

E as eleições, pessoas? Erraram muito?
Tudo bem, errar é relativo. Errar é bom! Mesmo quando as consequências não o são.

3 comentários:

TIAGO JULIO MARTINS disse...

ah, sim, sim... Errar é bom, construtivo, evolutivo, necessário, mas, como diria o filósofo: "persistir no erro é burrice". Pra quê quebrar a cara do mesmo jeito duas, três, oito vezes? Pra vangloriar-se da repetição provando initerruptamente que somos idiotas? Ah, não, eu penso no erro como forma de crescer através do sofrimento, não valorizar a tristeza e sentir-se bem por sentir-se mal.
Acho que o Saramago tá certo sim, mas nem todas as ações desemborcam em erros. Ainda mais quando a gente tem consciência de que está errando ou vai errar.

(sem lições, Candoca. Eu sei, eu sei)

J. MD disse...

sei bem como eh vivier uma vida hipocrita! e sei bem o que sao todas essas sensacoes, ja passei por muitaas delas! So que acho que aprendi a nao ligar muito pro que as pessoas pensam a respeito dos meus atos... Muitas vezes algumas pessoas precisam abrir nossos olhos para o erro que estamos cometendo, mas na maioria dessas situacoes, a gente sabe bem o como, e o quanto estamos errados. Se a gente realmente ficar se preocupando se vai errar ou nao, se vai agradar a tia sonia ou a mae maria, com certeza perderemos muito tempo, tempo que deveriamos estar aproveitando com coisas que realmente importa. E talvez seja isso que o Saramago quis dizer. :)

ADorei aqui!

Ryuji disse...

Verdade,
errar faz parte então eu nem me preocupo [muito]
e acho que você também não né? espero.
quanto a eleições, bom, foi minha primeira vez e meus candidatos não ganharam. Fazer o quê..
Daqui a dois anos tem mais.
Abração !