domingo, 2 de novembro de 2008

Eu, o Vento


Que sou calmo e violento, sou

vendaval e brisa que a mercê da vida,

às vezes sou conforto, às vezes

incômodo. Às vezes paz, às vezes

caos.


Eu, o vento, que sou incolor e frio,

sou calor e sangue, que a mercê da

vida, às vezes sou dor, às vezes

rotina. As vezes sou morte, às vezes

vida.


Eu, o vento, que sou órfão e só, sou

carinho e carente, que a mercê da

vida, às vezes sou colheita, às vezes

plantio. Às vezes sou notado, às

vezes esquecido.


Eu, o vento, que sou força e anemia,

sou opressor e vítima, que a mercê da

vida, às vezes sou vento,

simplesmente.


Mário Nhardes

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ah!

Então pessoas, vamos falar do assunto do momento, pois é, esse mesmo que você já tá cansado de ouvir falar, afinal, agora, Eloá é o que há, ou era, ou havia, ah, enfim, falemos do novo espetáculo!
Alguns meses atrás vim aqui criticar o circo que fizeram no caso Isabela, e como eu já tinha “prevido” não demorou muito para o caso ser esquecido, vê se ainda falam alguma coisa, foi só esperar mais um pouquinho pra surgir a tragédia do momento e os holofotes serem voltados pra lá.
É ridículo, eu sei, mas é humano.
Não vou me estender falando novamente do papel da imprensa nisso tudo, Sônia Abrão, Brito Jr. e outros foram se meter a negociadores entrevistando o bandido ao vivo e deram a ele mais um pouco de fama e garantiram para si mais um pouco de ibope. Não, o mais ridículo foi Sônia Abrão, uma jornalista com anos de experiência, formada pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo, passar a mão na cabeça do marginal: “Eu sei que ele é uma boa pessoa, é um rapaz de família, tem dois empregos, não bebe, não fuma, blablabla”. Não bebe, não fuma, só sequestra de vez em quando, né, Dona Sõnia? Rapaz de familia é? Suzane Richtofen (não sei escrever esse nome) também era uma moça de família, de uma boa família, diga-se de passagem, pergunta para os pais dela se eu to mentindo...ops...
É interessante ver como isso se desenrola, pensam que acabou? Que nada! Enquanto esse assunto vender e as pessoas não satisfazerem sua sede de fofoca isso vai render, e muito. Não me admiraria nada se Estrela fizesse uma boneca Eloá. “Compre agora mesmo sua boneca. Acompanha bala para se colocar na cabeça”. Ou então a Mattel lançasse a Barbie Eloá. “Nayara. Sua amiga vendida separadamente”. Agora, Farei minhas “previsões”: O bandido vai morrer. Um belo dia vão chegar na cela dele e encontrar o corpo do defunto morto que já faleceu, ou enforcado, envenenado ou assassinado pelos outros meliantes, caso não esteja em cela separada. O quê? Não acreditam, oras, o próprio povo teria linchado o cara se pudesse, e ai de quem esteja lendo isso aqui e venha querer dizer que não tenha pensado: “Deviam ter matado esse FDP logo!”. Se até eu pensei! To me rendendo. Pronto, falei, não tenho vergonha de nada. u_u. E ai de que venha algum defensor dos direitos humanos vir me encher a paciência defendendo esse serzinho.
Mas não pensem que eu vou fazer também como toda a imprensa ta fazendo, como o povo que conhecia, ou dizia conhecer a guria ta fazendo, morreu, agora só tão falando bem. Ah, poupem-me, canonizem logo a menina, então! Olha, gente, a menina começou a namorar o meliante com 12 anos de idade! 12 anos!!!! Isso lá é ser inocente?? Eu com 12 anos tava fazendo Pokémon de Durepox para brincar! Tá, ela foi vítima de uma tragédia, mas quem mandou ela se meter com quem não devia? Da primeira vez que esse vagabundo tivesse sentado a mão nela, ela tinha que ter ido a polícia. Se a Eloá tivesse comunicado a polícia, isso nunca teria acontecido, né, Pica-Pau?
E a polícia? Vamos combinar, acho que eles tão disputando com a impressa para ver quem ganha no quesito trapalhada. É essa a polícia que temos, fazer o que? Despreparada, atrapalhada, sucateada, enfim, coisas que a gente já vem sabendo a anos e que em 2000 se tornou mais público ainda – graças a fabulosa imprensa – no caso do ônibus 174, no Rio de Janeiro. Por falar nisso, vocês repararam que um joga a culpa para o outro? A imprensa fala do despreparo da polícia, e a polícia diz que a imprensa atrapalhou as negociações. Tanto faz agora, acabou tudo mal mesmo. Menos, é claro, para quem recebeu os órgãos da menina.
E os órgãos da Eloá que foram doados, que bela ação da família, né, gente? Nossa, me comove tamanha generosidade. Ainda teremos reportagens especiais daqui a um tempo com as pessoas que receberam cada um dos órgãos doados, vocês vão ver. Talvez até lancem aquele brinquedo :”Operação” no formato Eloá. Sabem? Aquele brinquedo que você tem que fazer cirurgia nos órgãos sem tocar com a pinça em determinado lugar? Não sabem? Égua, gente, vocês não tiveram infância, não? Quem mandou começar a namorar tudo cedo! ¬¬'
E vocês viram o enterro dela hoje? 10 mil pessoas acompanhando. Minha gente, acho que nem o enterro da Dercy Gonçalves que foi um acontecimento muuuuuuuito mais importante, afinal, descobrimos que ela não era o Mun-Ra, o ser eteeeeeerno, tinha tudo isso de gente. Fico a pensar: 10 mil pessoas, 10 mil desocupados, 10 mil desempregados, será? 10 mil curiosos, oras, façam-me o favor, não venham querer me vender a idéia de solidariedade do povo brasileiro que essa eu não compro e não troco nem por uma Barbie Eloá. A curiosidade é algo inerente do ser humano. Pena que só mata os gatos.
Quanta palhaçada, vou te contar.... humanos...aff...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Que coisa feia, tsc tsc

Sabe quando te pegam fazendo algo que você não devia tá fazendo?
Pois é, é engraçado né? Além de constrangedor, obviamente.
Há vários tipos de reações, as do tipo indignada e falsa moralista "Mas o que é isso?!"; a do tipo estética "Que coisa feia, tsc tsc"; a do tipo religiosa: "Oh Meu Deus!"; a do tipo já vi de tudo na vida "Pff.." a do tipo metódica: "Mas em cima do meu tapete?!" a do tipo que enfiou o dedo na tomada: "Estou chocada!", a do tipo protagonista de novela mexicana: "Oh! Rodolfo Augusto! Como podes ser capaz de ato tão vil, nefasto e degradante como este!"
Enfim, há tantos tipos de surpresas e tantos tipos de reações que se fosse enumerar aqui ficaríamos todos com a expressão de um dia de domingo assistindo Faustão, Gugu e genéricos...
Então, fora a vontade que você tem de que um buraco do tamanho do metrô de São Paulo se abra e te engula, o que mais você sente? Alguns talvez não sintam nada, outros talvez sintam-se realizados em quebrar certas regras hipócritas criadas por uma sociedade mais hipócrita ainda, ou talvez por terem quebrado suas próprias regras, seja lá quais forem.
Vocês sabem, Oscar Wilde já nos dava o exemplo em O Retrato de Dorian Gray: "Há pecados cuja recordação fascina mais do que o ato de praticá-los, triunfos singulares que lisonjeiam o orgulho mais do que as paixões e dão ao espírito mais prazer do que deram, ou poderiam causar aos sentidos." Absolutamente de acordo. Cometer erros não serve apenas para você aprender com eles, algumas vezes cometer erros é a melhor forma de acertar as coisas. Às vezes esses erros tiram o céu dos ombros de Atlas, ou mundo das suas costas, como queira. O fato é que dizem que só a morte te liberta, apesar dela ser a única coisa realmente certa na vida, às vezes é um erro que te libertará. Até de si mesmo.
Talvez o certo mesmo seja errar, afinal ninguém pode acertar sempre, se pudessem não seriam humanos, seriam Deus, logo vocês não existiriam e entre erros e acertos uma hora você consegue ver que "somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos aniquilar germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de livrar-se de uma tentação é ceder a ela.
Se lhe resistirmos, as nossas almas ficarão doentes, desejando coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão o desejo por aquilo que umas leis monstruosas fizeram monstruoso e ilegal".
Tá, pra quem acha que Oscar Wilde não é um bom exemplo a ser seguido, observem o que disse José Saramago em Ensaio sobre a cegueira: "Se antes de cada ato nosso nos púsessemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imeditatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
E isso sim é certo.

E as eleições, pessoas? Erraram muito?
Tudo bem, errar é relativo. Errar é bom! Mesmo quando as consequências não o são.

sábado, 27 de setembro de 2008

Quelque chose

Queria mesmo escrever algo de interessante aqui, demoro tanto tempo para atualizar que acho que seja lá quem leia merece ler algo de interessante e não reclames. Enfim, creio que não tenha nada de novo para contar.
Eu tenho um caderno. Um caderno em que escrevo frases interessantes de livros, filmes, séries, desenhos, dos outros e/ou minhas. Sempre que posso fico a reler, é como se tudo aquilo que estivesse lá fosse um pequeno resumo do que aprendi ao longo da vida até o momento.
Hoje me peguei lembrando a seguinte frase: "Aqueles que esquecem o passado estão condenados a repiti-lo". É interessante, mas é quase um paradoxo com a frase de Aristóteles: "Só uma coisa é negada a Deus: o poder de refazer o passado". Se nem mesmo "Deus" tem tal poder, quem somos nós para tanto? Talvez sejamos realmente sortudos por não ter tal poder, afinal, "o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente." E Nietzsche já dizia: "Abençoados os esquecidos pois tiram o melhor dos seus equívocos".´
Até quando é bom viver de passado? de lembranças? Até quando é necessário cometer o mesmo erro para que a lição seja aprendida e apreendida?
Não acredito em Deus. Mas às vezes me pergunto se o Mal de Alzaimer não seria realmente uma benção. Não posso dizer ao certo, pois não sei como funciona além da gente ficar repetindo várias vezes a mesma coisa. Mas seria interessante poder apagar da lembrança aquelas dores que a gente vai acumulando no inconsciente.
Pois é gente, porque às vezes eu também queria ter o cabelo azul, tangerina, me chamar Clementine e ter uma boa parte da minha memória apagada. Boas e ruins.
Uma Lacuna Inc. sem dúvida alguma faria fortunas comigo. Uma simples lobotomia já seria de grande valia, mas infelizmente as coisas não são assim tão simples. E logo a gente começa a varrer a sujeira da nossa mente pra debaixo do carpete do inconsciente, ou colocando tudo dentro daquele armário escuro e poeirento esperando que uma hora aquela porta estoure, como nos desenhos, derrubando toda uma montanha de inutilidades, futilidades, e, dores.
Pois é, mas "guarda o que não presta, encontrarás o que é preciso".
O que é preciso para sua evolução, para o seu encontro consigo mesmo, ou com algo maior, para quem acredite nisso, ou apenas com mais um monte de bagunça que é preciso pôr em ordem, talvez um armário, talvez sua mente, suas emoções ou sua vida.
Recorro a Nietzsche novamente para dizer que "o homem cansa-se da vida quando não a vive plenamente", mas assim como ele, "eu nada amo mais profundamente do que a vida, e ainda mais quando a detesto".
Em Os Sofrimentos do Jovem Werther, Goethe é bem enfático com tudo isso que tentei aqui dizer: "A natureza humana é limitada: ela suporta a alegria, a tristeza, a dor até certo ponto; se ultrapassar irá sucumbir". "O que é o homem, para que se atreva a lamentar-se a respeito de si mesmo?". "O homem é tão efêmero que, mesmo onde está verdadeiramente seguro da sua existência, no único lugar em que sua presença produz uma impressão real - na memória e no coração dos amigos - mesmo ali vai apagar-se e desaparecer, e logo!"
E sabe o que é pior? isso acontece sem qualquer auxílio de Mal de Alzaimer, Lacuna Inc. ou qualquer Haitiano com poderes especiais. O Tempo se encarrega das coisas. Todo o tipo de coisa.
Quelque chose.

sábado, 13 de setembro de 2008

Dois patinhos na lagoa

"... Sempre sentira que era muito, muito perigoso viver, por um só dia que fosse."Virginia Woolf estava certa.A cada ano, nesse mesmo 13 de setembro, de sorte para uns, de azar para outros, tento fazer um balanço do que aconteceu na minha vida. Tento não me prolongar muito, não parecer muito depreminte, depressivo ou desprezível, mas é fato: não consigo fazer o balanço apenas de um único ano. O que eu sou (seja lá o que for) é fruto de uma vida e não apenas de 12 meses. Por isso acabo me prolongando mais do que deveria, às vezes falando mais do que deveria, às vezes não falando o que esqueci ou procuro esquecer. Doravante, sem mais delongas...
Sim, é verdade. É a data mais odiada do ano por mim. E cá estou eu no dia do meu aniversário de 22 anos, com o pé machucado, com o que me resta dos meus cabelos desgrenhados revelando fios brancos precisando urgentemente de uma hidratação a qual não farei por pura preguiça, com a barba por fazer a qual continuará assim por puro charme; fazendo algo que com certeza me deixará com peso na consciência depois: comendo uma pizza de quatro queijos, tomando uma Coca-Cola e pensando na vida ao som de música fossa.
"Pensar faz sofrer" Stendhal falava e "Pensar é que faz você morrer" já dizia Mitch Albom. E com razão. Fico a pensar nesses 22 anos e não tem um dia sequer que eu não deseje estar morto.Ah! Pensem o que quiserem. Viver pode ser prazeroso, mas para quem o saiba, ou possa. Chegar a 22 anos sem muitas realizações é vergonhoso, admito. E mais ainda é não ter perspectiva nenhuma para faze-las.
Em um dos meus aniversários terminei a minha reflexão com um trecho de um dos temas de Pokémon: "Eu quero ir onde ninguém foi e muito mais além". E "para poder chegar onde se quer, tudo depende de onde se esteja.". Pois é, não consegui ir muito longe, ainda não conheço o mar, e quando paro para pensar no que eu estou perdendo é o que mais me dói, nas coisas que eu gostaria de poder ver e não posso, não por estar cego, mas porque meus olhos nunca poderão apreciar tais belezas e tamanhas grandiosidades. Talvez por isso eu tenha essa visão da vida e não consiga enxerga-la como as pessoas gostariam que eu a visse com essa grandiosidade e esplendor. É o que mais dói realmente: ve-la passar e apenas acenar com o lencinho branco após enxugar as lágrimas.Muitos dirão para correr atrás, pois é, com perdão do trocadilho meus pés não estão em bom estado para correr no momento. "Mas a vida não é só esse momento, menino", muitos dirão. Será? Não é ela que passa num piscar de olhos? Sejam eles cegos ou não?Talvez eu não esteja só perdendo Tempo, perdendo a visão para as coisas boas que a vida nos proporciona, estou perdendo as pessoas, coisas que eu amo com o Tempo, ou para ele. Talvez já tenha perdido a razão a muito tempo. Talvez eu fique bêbado não para perder a consciência, mas para recuperá-la ao perder o controle, não da vida. esse eu nunca tive, mas de mim mesmo.Não é apenas por vegetar e não viver que digo que sou uma planta. Há inúmeros motivos os quais não serão discutidos aqui porque acho que já me prolonguei demais e nada falei. Viver é cansativo, muito mais cansativo que horário eleitoral gratuito com a infelicidade de nem sempre ser tão divertida.Nem sei por que ainda escrevo sobre o 13 de setembro, talvez escrever sobre o 11 fosse muito mais lucrativo. Seria pretensão minha ensinar alguma coisa. Irônico? Sim, absolutamente.
Quanto mais o Tempo passa mais eu deveria aprender coisas para passar adiante, mas acho que não estou aprendendo nada de bom ou que mereça ser passado adiante.
"Minha vida passou por passar..." Por favor, joguem minhas cinzas ao mar...
" O sentimento do homem de ser um estranho no mundo, leva a uma sensação de desespero, tédio, náusea, absurdidade e vazio".
Isso resume bem o que eu sinto.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A COISA - Stephen King


Sinopse

Foi em 1958, na pacata Derry, que eles aprenderam o real sentido de algumas palavras. foi ao longo de junho de 1958, durante as férias escolares, que Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly descobriram o que significa amizade, amor, confiança e... medo.
O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixa em Derry terríveis marcas de sangue.
Quase trinta anos depois, eles voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror avassala a pequena cidade e somente eles são capazes de enfrentar e vencer a Coisa. O tempo é curto. No entanto, eles vão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.

Crítica

Stephen King não recebeu o título de "O Mestre do Terror" atoa. A Coisa iniciado em 1981 e concluído em 1985 é sem dúvida mais uma confirmação disso.
O livro em si é bem extenso, tanto que foi dividido em 2 volumes que li em 2 meses.
Nele, Stephen King não injeta apenas mais uma dose de medo em nossas veias, para dizer a verdade, não me assustou tanto quanto O Cemitério, mas tem sim, suas qualidades, e muitas. Pennywise (ou Parcimonioso, na versão em português), o palhaço dançarino, com certeza é a maior representação do simbolismo d'A Coisa.
O que é e qual a origem d'A Coisa é um mistério que é revelado aos poucos (bem aos poucos, mais lá pro final do volume 2), o que se sabe é que ela assume a forma física daquilo que a pessoa mais teme. Suas vítimas, são em sua maioria crianças, por serem mais imaginativas, mais fáceis de incitar-se o medo.
Pennywise funciona como esse catalisador, ao mesmo tempo que atrai a vítima, a devora. Com certeza é o maior trunfo do livro em se tratando de medo. Sua imagem permanece gravada na memória por muito tempo com certeza sendo a fonte do medo de palhaços de muitos...
Porém, não creio que o ponto alto de A Coisa seja realmente o medo, o suspense e etc.
Na minha humilde opinião, Stephen King fez um passeio e tanto nas relações humanas, aqui. Em certos momentos achei que o livro tinha muitas partes desnecessárias, mas essa idéia se dissipou ao se olhar com mais atenção. Desenvolver 7 personagens principais de maneira com que você se identifique pelo menos um pouco com cada um e os sinta próximo de si não é fácil, mas Stephen King conseguiu de maneira primorosa tornar real cada protagonista.
A amizade que "Os Perdedores" têm desde a infância é comovente. O sacrifício que cada um faz pelos amigos em diferentes momentos, o companheirismo, a cumplicidade deles é algo que nos faz desejar vivenciar tudo aquilo. Ouvir um "eu amo vocês, caras, vocês são os melhores amigos que já tive!" de maneira pura é realmente raro. É tão real quanto a conclusão. Como muitas vezes nas nossas vidas, O Tempo leva cada um a seu caminho, e aquela amizade tão bonita se perde e cai no esquecimento por mais que você tente relembrar e retomar as pessoas e momentos que você deixou para trás, algumas vezes não por opção.
A Coisa é muito mais que um livro de terror, é uma celebração. Uma exaltação de memórias, da infância, da inocência, da amizade, do amor que com certeza fará o leitor recordar das memórias da sua infância, e, sentir saudades de tudo aquilo, da inocência que se perdeu, das amizades que jamais terá novamente e do amor que esqueceu.
Como exemplifica algumas passagens do livro:
"Talvez nem exista isso de amigos que prestam ou que não prestam - talvez existam apenas amigos, pessoas que nos apoiam quando estamos por baixo e que não nos deixam sentir solidão. Talvez sempre mereçam que nos preocupemos, que torçamos e vivamos por eles. E que também morramos por eles. Nada de amigos que prestam. Nada de amigos que não prestam. Apenas amigos de quem sentimos falta, com os quais queremos ficar, as pessoas que moram em nosso coração".
(...)
"O que importa é o amor, a preocupação, os cuidados... é sempre o desejo, jamais o tempo. Talvez seja tudo o que podemos levar conosco, ao sairmos do azul e penetrarmos no negro. Um frio consolo pode ser, porém melhor do que nenhum".
Eis tudo.
9 estrelas
*********

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Trindade

Felicidade: ninguém nunca chega a um consenso do que seja ou de como alcança-la. Teorias e mais teorias são elaboradas e discutidas com a intenção de desvendar esse mistério que nem Sherlock Holmes acredita ser tão elementar. Há padrões para ser feliz, pois cada ser humano em sua individualidade padroniza os outros e tenta se enquadrar em um padrão, mesmo que seja o seu próprio. Dinheiro, saúde e Deus são alguns dos elementos que as pessoas buscam para encontrar a tal da Dona Felicidade.
Como diz o ditado: "Se dinheiro não traz felicidade, dê-me o seu e seja feliz". Seria hipocrisia demais dizer que o dinheiro não traz felicidade. Ele compra praticamente tudo que uma pessoa precisa para ser feliz: compra amor (mesmo que seja um falso); compra conforto; compra o perdão para o Reino dos Céus e a passagem para o Mundo Encantado da Disney; em alguns casos compra saúde ou ameniza a dor. Compra principalmente o mais vulgar de todos os objetos: pessoas."Há coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras existe MasterCard".
Saúde! Não, ninguém espirrou. alguns casos de enfermidade nem todo o dinheiro do mundo pode curar. Por isso, para desfrutar de uma vida feliz é preciso estar com a saúde em dia. Corpo são, mente sã. Alguns são felizes apenas com o corpo são. E para os que não têm dinheiro dizem que ter saúde é aquilo que importa. Devia ser o slogam do SUS. Mas quando já não há mais remédio (com perdão do trocadilho), entrega-se tudo nas mãos de Deus.
"Deus é um ser mágico que veio do nada criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele porque os ama". "Eu sou feliz porque tenho Deus no meu coração". Quem nunca ouviu essa frase de alguém? A resposta de José Saramago, ateu, quando lhe perguntaram como podem homens sem Deus serem bons, é pertinente nessa hora: "Como podem homens com Deus serem tão ruins?". Charles Chaplin já dizia que por simples bom senso não acreditava em Deus. Em nenhum.
Talvez Chaplin já tivesse a fórmula da felicidade, mas para os que não a possuem resta apegar-se naquilo que suas capacidades lhe permitem, sejam elas o dinheiro, a saúde, ou a fé, no dinheiro, na saúde ou outra coisa qualquer.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

I walk alone - Tarja Turunen


Eu Caminho Sozinha
Coloque todos os seus anjos a beira do abismo
Guarde todas as rosas, eu não estou morta
Eu deixei um tormento sob sua cama
Eu nunca me fui
Vá dizer ao mundo que eu ainda estou por aqui
Eu não voei, eu estou vindo a baixo
Você é o vento, o único som
Sussurre para meu coração
Quando a esperança estiver acabada
E ninguém pode te salvar
Eu caminho sozinha
Cada passo que dou
Eu caminho sozinha
Minha tempestade de inverno
Mantendo-me acordada
Nunca se vai
Quando eu caminho sozinha
Volte a dormir para sempre
Bem longe dos tolos e tranque a porta
Eles estão por aí e eles darão a certeza de que
Você não tem que ver
O que eu acabei me tornando
Ninguém pode te ajudar
Eu caminho sozinha
Cada passo que dou
Eu caminho sozinha
Minha tempestade de inverno
Mantendo-me acordada
Nunca se vai
Quando eu caminho sozinha
Esperando acordada no céu
Eu nunca estive longe de você
Girando em direção ao chão eu sinto todos seus movimentos
Eu caminho sozinha
Eu caminho sozinha
Cada passo que dou
Eu caminho sozinha
Minha tempestade de inverno
Mantendo-me acordada
Nunca se vai
Quando eu caminho sozinha

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Engano

O telefone toca mas ninguém atende. Finalmente desiste de ligar e continua a chorar sozinho.
Pensando em tudo que passara, dos momentos felizes que não sabia ser feliz até olhar para trás, dos momentos ruins que o transformou e o tornou o que é hoje podendo se orgulhar ao olhar para trás, mas não pelo que fez, mas pelo que superou, e, muito disso sozinho.
Mudanças de pensamento, de comportamento, de momento. Sempre acreditara na evolução das coisas, na inconstância do Tempo, na brevidade da felicidade e insistência da dor. Não por opção, mas por pensar demais nos momentos que mudaram.
Saudade.
Queria que todos estivessem aqui, para critíca-lo, abraça-lo, faze-lo rir ou chorar, para ver o homem que se tornara, ou seja lá o que se tornara, se é que se tornara realmente alguma coisa, mas uma coisa é certa: mudara. Para melhor em alguns aspectos, para pior em outros, e talvez em nada em muitas coisas. Não importa. De qualquer modo os queria de volta, aqueles que tiveram que partir cedo demais, aqueles a quem não teve tempo de dizer "eu te amo" e também aqueles a que sempre dissera mesmo não conseguindo demonstrar. Todos se foram
Até mesmo os que prometeram não abandoná-lo nunca e também os que nada prometaram, mas que torceram pela sua felicidade.
Dizem que o Tempo cura tudo. É mentira. "Algumas coisas o Tempo não pode curar, algumas feridas são tão profundas que nos acompanham para sempre". E ele tem as marcas para mostrar. Todas elas: física, psicológica, emocional...
Foi tudo um engano. Um engodo. E algumas coisas realmente nunca mudam. Algumas coisas você nunca esquece por mais que queira, ou deva e outras você nunca deve esquecer porque faz parte do que você é. Mais do que nunca sabe que a única pessoa com quem se pode contar nesse mundo é você mesmo.
Mais uma tentativa.
-Alô
Silêncio
-Desculpe, foi engano. Foi tudo um engano.
Desliga.
Chora.
Deita.
Dorme.


Silêncio.Saudade. Solidão.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Uma xícara de café


Acabara de sair de um desses lugares onde se trabalha de fígaro. Cortara o cabelo e ao passar as mãos pelo que sobrara dizia: "Muito obrigado, senhor cabelerei...". A frase não chegou a ser terminada. Definitivamente não gostara. Levantou. Pagou. Saiu.

Caminhava pela rua destraído e cabisbaixo sem olhar as donas bonitas. Aquela sensação de déjà vu estranhamente o perturbando. Decidiu parar na venda da esquina. O que compraria? Um pirulito? Uma zarabatana e uma porção de chumbinhos? Um refresco? Sentou-se. Pediu uma xícara de café.

Pensou e sorriu sem saber o por que: "Mas não seria muito incômodo?" Ora, de forma alguma. Afinal, "estamos aqui para isso", lhe diria o dono da venda.

Bebericava o café aos poucos sentindo na pele aquele vapor quente e aroma que conhecia tão bem, afinal, não se ganha uma gastrite apenas tomando vinagre. Enquanto sorvia aquele líquido negro levemente adocicado sua mente viajava. Sem sentido. Deveria pedir algo para acompanhar o café? Um sanduíche de presunto talvez? Não, ele era estranho, não comia carne, deveria pertencer a Sociedade Protetora dos Animais. Mas não gostava de ratos, dizia a si mesmo quando via um: "nada de exaltações". Divertia-se com aquilo.

O que pedir então para acompanhar o café? Churros? Churros açucaradinhos e douradinhos... Ou então um bolo, um de verdadinha, não um de mentirinha. Será que o dono da venda tinha bolos? Um de chocolate, ou de baunilha, ou de nata com baunilha e chocolate? Ponderou um pouco mais, talvez fosse melhor pedir algo mais simples como uns biscoito-ôs, ou uns pastéis de palmito...

Decidira não pedir nada. A essa altura o café já deveria estar frio...como as panquecas em cima do balcão, ou as coxas de frango, frias como um cadavér de defunto morto que já falecera, ou como ele mesmo que nem um café quente pode mais aquecer. Talvez ele fosse o abomineve homem das naves, digo, o abominável homem das neves. Mas essas coisas não existem, no máximo acreditaria em duendes que gostam de água da jamaica ou que já chegou o disco voador com bebês jupterianos ou com marcianos possuidores de tecnologias que os terrículas ainda não estão preparados para conhecer como a pulseira telemagnética. Mas acreditava em gigantes, ele mesmo já vira alguns. E bruxas? Definitivamente não acreditava, mas que elas existem, existem, inclusive havia uma senhora que morava no número 71 numa vila ali por perto que todos diziam que era uma bruxa, mas sempre pensara que não passava de uma solteirona solitária e excêntrica que no máximo fazia algumas sessões mediúnicas para espíritos zombeteiros, mas tem gente que jura que em alguns dias a ouvia gritar: "Onde está você, Satanás?!" Humanos sempre falam demais...

Ficou ali divagando devagar por muito tempo. Pensando como se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda, amanhã velho será, velho será, velho será, a menos que o coração, que o coração sustente a juventude que nunca morrerá. Sentiu-se velho, lembrou-se do seu avô e de sua coleção de dominós com os quais brincava construindo prédios. Sempre imaginara em ter dominós como o do avô, talvez até devesse fazer um com as teclas do piano. Tinha saudade. Nenhum deles existia mais. O que lhe restara? 14 meses de aluguéis atrasados? Nem isso... Peixinhos coloridos? Um massacote? Digo, um gato? Nada...Naaaada. Queria ter feito mais da sua vida, queria ter ido a Acapulco tomar banho de mar, já que até hoje só o vira pela televisão.

Queria escrever. Tentou escrever algo num guardanapo de papel, mas nada saía, nem um simples cartão de Dia de São Valentim. Talvez tivesse uma vida tão vazia quanto o papel que jazia a sua frente, ou talvez só não fosse mais burro por falta de vitaminas; ou as duas coisas, porque com certeza já o era por maioria de votos. Talvez sim, talvez não, mas o certo é, quem sabe?

Tomou o último gole do café já frio. Levantou. Pagou. Saiu.

Caminhava pela rua com as mãos nos bolsos chutando uma pedrinha numa cena pateticamente emo.

Sua mente voava longe... tão longe que "lá os astronautas vão pelo céu capturando os planetas..." Lembrando de um passado, procurando esquecer o presente e pensando num futuro que talvez nunca tivesse.

Foi para casa assistir o concurso de miss universo pela televisão.

domingo, 27 de julho de 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Lembranças de um Futuro Presente


Morto em vida

Em partida

Sem saída

Jogada à própria sorte

No norte,

Em sua lápide

Escrito mais forte que a morte:

"Pobre menino ideal.

O que te faltou afinal?"

Morreu sem conhecer o mar

Sem poder voar

Sem saber amar

Uma vida que simplesmente

Passou por passar...

domingo, 6 de julho de 2008

Sono


Quando dormir passa de uma simples necessidade e vira prioridade

Quando dormir deixa de ser uma opção e passa a ser uma resignação

Quando dormir é um engodo pra não ir, não vir, não precisar sorrir

Quando o sono ultrapassa a vontade de lutar, continuar... voar

Quando voar só se torna possível nos sonhos de um sono profundo

Uma fuga desse mundo. Imundo

Quando dormir e fugir já não se diferencia e a isso se alia

Um desejo pelo ensejo de simplesmente mudar

De não querer acordar

Para não ver, não crer, não saber

Do que não pode, do que não deve, do que perde.

Quando o sono já não se contém

E a tudo domina

E tudo acaba quando as cortinas se fecham

Na pantomina.

No fim da festa

Nada presta

As mãos apoiando a testa

O fechar dos olhos é só que resta

A luz se apagando por uma fresta.

E nos sonhos eu posso voar
Muito além do mar

Esperando tudo acabar.

domingo, 22 de junho de 2008

COMO ME TORNEI ESTÚPIDO - Martin Page


Sinopse

Antoine, o protagonista deste romance, é um rapaz como muitos outros. Não gosta de ser manipulado, não gosta de explorações colonialistas, não gosta que lhe obriguem a estudar assuntos desinteressantes, odeia burocracia e todas as suas máscaras.

Traduzir do aramaico e conhecer a fundo o cinema de Sam Peckinpah e Frank Capra, no entando, não o levaram muito longe. Por isso, um belo dia, Antoine anuncia a seus amigos mais queridos - Ganja, Charlotte, Aslee e Rodolphe - um plano perfeito. Investir na idiotice, como forma de sobrevivência.

Depois de tentar o alcoolismo e o suicídio, Antoine está convencido de que só a estupidez lhe permitirá ser plenamente aceito pela sociedade em que vive.

E o que pode ser mais estúpido que ganhar dinheiro, muito dinheiro, e gastar em bens de consumo inúteis?

Manipulando imagens nonsense deliciosas, verdadeira homenagem a mestres do surrealismo e do humor francês, como Boris Vian, Alfred Jarry e Eric Satie, Martin Page oferece a seus leitores um banquete para a inteligência. Um livro leve, fácil de ler, enganosamente simples, e rico, repleto de minuciosas citações e piadas ao pé do ouvido. Um livro feito sob medida para todos os Antoines que existem por aí.


Crítica

Foi impossível não ler Como me tornei estúpido sem me identificar o mínimo que seja com Antoine. E creio que para qualquer pessoa minimamente consciente também será impossível.

O livro é fácil de ler, trata de questões sociais, filosóficas, amorosas, psicológicas e pessoais de uma maneira bem humorada, irônica e inteligente.

Quem nunca pensou que sua vida seria melhor se começasse a vive-la ou vê-la de uma maneira mais simplória? Ou, estúpida mesmo.

"Quando alguém constata que é um dos poucos que observam princípios morais nas relações humanas, pode ser tentado a cair na imoralidade, não por convicção nem por prazer, mas simplesmente para deixar de sofrer, pois não há maior dor que ser um anjo no inferno, um anjo cercado de diabos por todos os lados."

Viver o dia de hoje sem se preocupar com o de amanhã, sem se preocupar com os outros, ou com o meio ambiente, ou com os animais.... Viver paixões de maneira levianas e dizer "eu te amo" para qualquer pessoa. Comprar, gastar sem parar. Cultuar a beleza na sua forma estética e ver que só isso é o que realmente importa. Quem? Homem ou mulher, alguém com o mínimo de consciência não pensou nessas coisas nem que seja por um instante? Trair seus valores, juntar-se a essa multidão de zumbis com seus carros do ano de bancos de couro, bermudas coloridas, camisetas coladas em corpos bem trabalhados com sua latinha de cerveja na mão e colar de sementes no pescoço ouvindo um pagode básico ou um brega rasgado? Juntar-se aquelas siliconadas desmioladas com calças rosas brilhosas apertadas onde se vê até o fio-dental enfiado... lá mesmo...?

"É sempre a si mesma que a pessoa corrompe mais facilmente". Tentar adequar-se numa sociedade mais corrompida que seus próprios ideais para ser feliz, uma sociedade banal que julga os outros e a si mesmo pelo que tem ou parece e não pelo que são ou o que pensam ou sentem, isso sim, é estupidez.

"Os únicos que estão capacitados para julgar são os condenados". Eu mesmo já fui condenado por essa sociedade. Poderia julga-la, então, e o faço na medida do possível, às vezes de forma inteligente, irônica, com garbo... às vezes de forma... estúpida, que é a que ela merece.

"A organização social das formigas é muito mais bem sucedida do que jamais será a nossa e nenhuma formiga tem cátedra na Sorbone."

"A inteligência torna a pessoa infeliz, sotilária, pobre, enquanto o disfarce de inteligente oferece a imortalidade efêmera do jornal e a admiração dos que acreditam no que lêem".

Eu li Como me tornei estúpido, acreditei naquilo que li, porque é isso que eu vivo, se for mentira, ou eu estiver enganado no meu entendimento, a vida toda é uma farsa e um engano. E não só a minha.

"Eu não quero ter força para ser eu, nem coragem nem cobiça de ter algo parecido com uma personalidade. Uma personalidade é um luxo que me custa muito caro. Quero ser um espectro banal. Estou sufocado pela minha liberdade de pensamento, por todos os meus conhecimentos, pela minha abominável consciência."

Eu quero um Felizac também.


Nota

10 estrelas

**********

quinta-feira, 19 de junho de 2008


"...se você encontrar minha porta fechada para você, não deve estranhar nem supor que não lhe tenho estima e amizade. Deixa-me escolher o meu próprio destino, por pior que seja. Suporto um castigo e um risco que não posso revelar. Sou ao mesmo tempo o maior dos pecadores e o maior dos penitentes. Não creio que haja neste mundo lugar, para sofrimentos e terrores de tal natureza. Só há uma coisa que você pode fazer para mitigar meu sofrimento: é respeitar-me o silêncio."

terça-feira, 10 de junho de 2008

O VERMELHO E O NEGRO - Stendhal


Sinopse

Somente décadas depois de sua morte, Stendhal veio a ser plenamente reconhecido como um dos maiores romancistas da metade do século XIX. Ainda assim, a complexidade psicológica de seus personagens e suas penetrantes análises sociais influenciaram toda a literatura francesa posterior.

Stendhal é um dos mais célebres pseudônimos de Marie-Henrie Beyle. No início de sua carreira, seus romances foram recebidos com frieza, exceto por Balzac e Baudelaire. Seu estilo, ao contrário do excesso de ornamentos, valoriza o perfil psicológico dos personagens, a interpretação de seus atos, sentimentos e paixões.

O romance O Vermelho e o Negro (1830), sua obra-prima, tem como herói Julien Sorel, jovem ambicioso e sem escrúpulos, que é tido como um dos personagens literários mais fascinantes de todos os tempos.


Crítica

Há altos e baixos nesse livro. Em primeiro lugar: adoro os livros da Martin Claret como já deve ter dado de notar, são bons, são baratos e, apesar de não ser unanimidade, são bonitos. Porém, esta edição de O Vermelho e o Negro sofre de uma cruel revisão de texto que deixa passar alguns erros gramaticais, o que para um livro é um crime, mas são erros mínimos e nada que o prejudique.

Em segundo lugar: o termo "herói" pra definir Julien Sorel só mesmo se for em relação a ser o personagem principal. Há poucas, ou nenhuma atitude heróica no caráter de Julien, um pobre camponês de constituição frágil e de uma beleza quase andrógina que é odiado pelo pai e os irmãos por não ter habilidade com trabalhos pesados e passar seus dias lendo e estudando. Julien é ambicioso, deseja de qualquer modo subir na vida e não mede esforços para galgar a posição que almeja, seja na carreira eclesiástica, militar ou seduzindo mulheres ricas nem que seja preciso fazer parte de uma aristocracia que tanto despreza.

É realmente difícil de definir, mesmo no final do livro, qual foi o seu verdadeiro amor, se é que realmente amou alguém verdadeiramente um dia. Apesar de o próprio confessar que a Senhora de Rênal foi seu primeiro e único amor é inegável seus sentimentos por Mathilde de La Mole, independentemente disso, nenhum de seus amores foi realmente puro.

Apesar de, ao meu ver, ser um anti-herói, é quase impossível não se sensibilizar com Julien. A narrativa de Stendhal, na época, é única no gênero romancista e porque não dizer romanesco. A supressão de descrição de características físicas como o cenário e os trajes dos personagens e a importância que Stendhal dá às características psicológicas de seus personagens é o que realmente prende a atenção do leitor. Colocando-se como um narrador onipresente, Stendhal nos revela os mais profundos segredos e sentimentos de suas personagens, mostra a hipocrisia do ser humano seja lá a qual classe social pertence, a sua mesquinhez e individualismo, a desvalorização de princípios morais, o orgulho, suas traições e culpas, o que são capazes por amor, por ciúme, por ódio, por dinheiro ou pelo simples sadismo.

O final do livro é realmente excelente, apesar da notável pressa com que tudo termina, chega a parecer que Stendhal queria terminar logo o livro, o trágico fim de Julien que termina por ser uma vítima de sua própria ambição; a atitude de Mathilde, que muitos julgariam loucura, e a meu ver foi a mais profunda demonstração de amor e dedicação; e o comovente fim da Senhora de Rênal fecha com primor uma estória que fica gravada em nossas mentes num vermelho tão vivo quanto o sangue e num negro tão profundo quanto o luto.


Nota

8 estrelas

********

domingo, 8 de junho de 2008

The Blowers Daughter - Damien Rice

Falando do meu tio post passado, amanhã faz 2 anos que ele se foi, e também uso a sábia frase: "O silêncio da morte é enorme. O do meu coração maior ainda" pra tentar expressar um pouco aquilo que se sente. Cortando esse silêncio a música The Blowers Daughter de Damien Rice, sem dúvida alguma linda. Dedico o clipe e a música a ele que já se foi pra um lugar melhor, a Nicolina que nunca virá e alguém que nunca se irá por ter deixado marcas que não somem.


And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind...My mind...my mind...
'Til I find somebody new

A Filha do Vento
E então é isso
como você disse que seria
A vida corre fácil pra mim
A maioria das vezes
E então é isso
A história mais curta
Sem amor, sem glória
Sem herói no céu dela
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de Você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos...
E então é isso
Como você falou que deveria ser
Nós dois esqueceremos a brisa
A maioria das vezes
E então é isso
A água gelada
A filha do vento
A aluna rejeitada
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos...
Eu disse que te detesto?
Eu disse que quero deixar
Tudo para trás?
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Meus pensamentos...Meus pensamentos...
Até conhecer uma nova pessoa.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O 3º TRAVESSEIRO - Nelson Luiz de Carvalho


Difícil falar desse livro sem entregar a estória. Por isso, vou ser mais sucinto. Ganhei esse livro do meu Tio Pedro que hoje já não está mais comigo, ele viu a peça baseada no livro e então me deu de presente.

O livro inicia com uma frase de Jean-Paul Sartre: "o inferno são os outros". Nelson Luiz de Carvalho não podia ser feliz na escolha dessa frase para retratar quais os reais conflitos que existem na sociedade que possam atrapalhar qualquer tipo de felicidade. A primeira vez que li O 3º Travesseiro o fiz em 1 dia e a segunda vez que li foram em 2. Não é um grande mérito, pois as 210 páginas falam de amor, paixão e liberdade com uma naturalidade empolgante que é impossível querer parar de ler.

A cada capítulo a emoção aumenta sem deixar a qualidade cair, personagens principais tão carismáticos que se torna impossível não torcer pela felicidade deles, conflitos psicológicos muito bem trabalhados, retratação da realidade de modo fiel, linguagem contemporânea que facilita a leitura, momentos românticos sem parecer piegas, momentos eróticos sem parecer vulgar, reviravoltas na narrativa e um final surpreendente garante para O 3º Travesseiro um lugar permanente na cabeceira da cama.

Já a frase final do livro é sem dúvida a mais emocionante, a que faz você se arrepiar e lagrimar ou chorar querendo que o final seja diferente, mas infelizmente o livro é baseado em fatos reais, e nada pode mudar isso: "O silêncio da morte é enorme. O do meu coração, maior ainda."


10 estrelas

**********

domingo, 11 de maio de 2008

FAUSTO - Goethe


Sinopse

A figura do Dr. Fausto, que vendeu a alma ao diabo em troca de saber e prestígio sobrenaturais, deu origem a uma lenda imortalizada na arte ocidental.
A partir da lenda faustiana, Goethe trata do conflito de um homem que se dilacera entre a vontade de se elevar espiritualmente e a atração pelos prazeres e bem terrenos.
Súmula da razão e emoção, consciência e natureza, a peça é uma das obras-primas da literatura universal.
Fausto é um poema dramático em que Goethe trabalhou desde a juventude; teve a sua primeira parte publicada em 1808, e a segunda, postumamente. Neste volume, da editora Martin Claret, a obra é apresentada em volume único na magnífica tradução de Agostinho D'Ornellas.

Crítica

Eu me pergunto: como criticar um clássico? Com certeza não é fácil criticar a maior obra poética do século XIX. O indiscutível clássico da literatura alemã dispensa comentários maiores, toda via, com certeza é merecedora de estudos profundos, como diz Madame de Stael, é uma obra que: "faz pensar em tudo e alguma coisa mais"
Quem não estiver acostumado à leitura de poemas, por menores que sejam, terão dificuldades em ler, mais ainda em interpretar o que está escrito, já que a ordem inversa é uma constante nesse tipo de produção literária. Por incrivel que pareça a leitura discorre de maneira consideravelmente rápida levando em consideração suas 483 páginas da mais pura riqueza de versos e rimas envolvendo mitologia grega, alemã, cristã e pagã. Embora, devo reconhecer, alguns trechos são deveras cansativos e extensos. Um capítulo de 50 páginas para quem tem a mania de carregar livros pra todo lugar no intuito de ler na primeira oportunidade ou surgimento de pessoa que queira começar um diálogo, é no mínimo uma perfídia.
Termino minha humilde opinião fazendo uso de algumas palavras encontradas no próprio livro: Fausto, é uma história "bela, de enormes proporções, reflete os mistérios da alma humana: ambiciosa, audaciosa, pequena e, por que não dizer, mesquinha". Para os que buscam mais, "nela mesma procurem as explicações que desejarem os que se sentirem com forças para sondar tais profundezas."


OBS: Aqueles que esperam alguma citação ao Chirrin Chirrion do Diabo nesta obra sugiro que vá assistir Chapolin



Nota:
8 estrelas
********


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Homem de Ferro

Olá, meus queridos e não tão queridos assim... estive ausente, mas foi por uma boa causa: preguiça.
E hoje tive o enorme prazer de ir à estréia do tão esperado Homem de Ferro, e, confesso que minhas expectativas foram atendidas e até superadas!
Robert Downey Jr., está perfeito e bem à vontade no papel de Tony Stark-Homem de Ferro, consegue interpretá-lo com a carga dramática que o personagem exige na medida certa, e, também com um senso de humor irônico e meio grosseiro que me lembra até o meu.
Gwyneth Paltrow apesar de ter ganhado o Oscar por Shakespeare apaixonado, está mais acostumada em papéis de comédias e comédias românticas, mostrou-se uma atriz versátil ao interpretar a secretária (e interesse amoroso) de Tony Stark, Pepper Potts, papel este que exigia uma doçura, coragem, elegância e também seu tom humorístico que foi muito bem trabalhado de forma suave. Dá uma certa sensação no decorrer do filme de "ai, tomara que eles fiquem juntos" ao se constatar que ela está sempre lá pra ele quando ele precisa, e como ela mesma disse: "não amarraria nem os cadaços dos sapatos" sem ela. E ele sabe muito bem disso.
Terrence Howard, como Jim Rhodes, melhor amigo de Tony Stark que eu achei meio sem graça. Apesar de uma boa interpretação, achei esteriotipado demais como todo bom soldadinho americano.
Jeff Bridges também impressionou no papel do vilão Monge de Ferro (Obadiah Stane), apesar do clichê megalomaniáco, o destaque vai pra sua atuação. Infelizmente a galeria de vilões do Homem de Ferro não é uma das melhores, confesso que O Mandarim, para mim, ainda tem um apelo maior, mas a escolha do Monge de Ferro para esse primeiro filme não poderia ter sido mais acertada. Além do mais, para os mais atentos, podem notar uma referência ao vilão Mandarim, não vou falar para não estragar as surpresas, mas quem conhece vai sacar.
Outras curiosidades: um rápido vislumbre de Jim Rhodes admirando a Mark 2, podendo vir a vesti-la no segundo filme e garantindo a aparição do Máquina de Combate; a citação da criação S.H.I.E.L.D. no fim do filme foi bem engraçada, pois desde o início o terreno para ela já estava sendo trabalhado sem ao menos a gente imaginar; e como não podia deixar de faltar: a participação especial de Hillary Swank, atriz ganhadora de 2 Oscar de melhor atriz por Meninos não choram e Menina de Ouro, e Stan Lee, o criador da maioria dos personagens do Universo Marvel.
Os efeitos especiais estão magníficos, e no primeiro filme produzido pela Marvel Studios já podemos perceber que muita coisa de qualidade pode vir por aí se deixarem as adaptações nas mãos de quem realmente entende. Para mim, Homem de Ferro seria um filme dificil de se realizar, isso a muito tempo atrás, claro, quando as primeiras discursões a respeito de sua produção surgiram e indicavam, inclusive, que Tom Cruise vestiria a armadura do Vingador Dourado, felizmente não precipitaram essa idéia, e, com a evolução da tecnologia conseguiram fazer um filme realista, decente, divertido e digno do valor dos ingressos e dos fãs.

Creio que o único ponto negativo do filme tenha sido a falta de uma abordagem maior no vício de Tony Stark, de qualquer forma, o alcoolismo do Homem de Ferro pode ser trabalhado de uma maneira melhor no segundo filme...Afinal, lidar com um "coração mecânico" já garantiu a dramaticidade de boa parte do primeiro.
Como costumo brincar com aliterações e assonâncias para deixar as coisas mais poéticas, finalizo a crítica deixando meu parecer sobre o filme:


HOMEM DE FERRO: Fantástico, Fabuloso, Fenomenal, Fascinante...simplesmente FODA!

Já quero meu DVD!
E a trilha sonora
E action figures

XD


P.S.: TEM SURPRESA DEPOIS DOS CRÉDITOS FINAIS

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Caso Isabella

Ok. Vamos falar sobre o circo que virou tudo isso. É, circo mesmo, convenhamos, foi uma tragédia? Óbvio que foi. Revoltou? Comoveu? Também. Como todo assassinato comove e revolta. E o que me revolta mais ainda é ver como as pessoas usam isso como um passa-tempo-recheado ou objeto de uma curiosidade leviana, por parte dos "sem poderes" e objeto de comércio e sensacionalismo por parte do "Quarto Poder".
Diversos assassinatos, estupros, crimes, acontecem todos os dias, sejam com crianças ou adultos, porque necessariamente este caso repercutiu tanto? Se fosse uma criancinha de rua teria tido todo esse furor? Simples, a junção de mistério de enredo de novela do Silvio de Abreu com estória aparentemente saída de filmes noir da decada de 30 e a mente facilmente influenciável (e impressionável) de um povo semi-alfabetizado desencadeou nesse..."espetáculo".
Estava assistindo uma vez no Jornal da Record, que, uma senhora atravessou a cidade com seus binóculos em mãos, queixo proeminente e roupinha de fazer feira em dia de domingo, apenas para ver de perto o prédio onde aconteceu o crime, ao ser indagada pela repórter o por quê disso respondeu: "Ah..porque dá curiosidade né? De querer ver de perto onde aconteceu o crime para ver se descobrimos algo mais". Ridículo, não é, Silvia? Esta senhora fofoqueira que deve ficar o dia na frente de sua casa em sua cadeira de balanço observando a vida alheia é o exemplo prático, normal da curiosidade humana e não do sentimento de solidariedade ou indignação.
O que dizer da imprensa? Parece que tudo no mundo inteiro parou apenas para assistir o desenrolar do caso Isabella... Não tem mais guerra no Iraque, não tem mais crianças passando fome no Haiti, África, BRASIL, não se faz mais testes em animais, o problema do aquecimento global foi resolvido, não tem mais políticos nos roubando e nem padres molestando... enfim, peguemos nossa pipoquinha e voltemos nossa atenção apenas para esse "mistério". Uso aspas porque ainda me pergunto se tem realmente algum mistério nisso tudo. A própria população parece que se formou toda em Direito e virou juíz para julgar e tacar pedras. Veja bem, de forma alguma estou defendendo ou condenando alguém, estou apenas me posicionando contra a banalização do ser humano, tanto de quem taca a filha pela janela como de quem taca pedra nos assassinos.
Pois bem, são essas pessoas que se dizem tãããão sensibilizadas com a morte da criança, que acenam efusivamente quando a câmera da Rede Globo/SBT/Band/Rede Record/Rede TV!/Rede Vida/Rede de Pesca e sei lá quantas outras manipuladoras da massa, filma o rosto sujo e cabelo desgrenhado desse povo que perde seu tempo na casa dos outros xingando, jogando pedra e levantando cartazes com erros ortográficos na palavra "Justiça", em vez de estarem trabalhando ou estudando para construir uma vida melhor para si mesmas e assim poderem ter do que tomar conta.
É essa imprensa da qual já quis fazer parte um dia que me envergonha, não com seu trabalho, porque se ela ficasse em cima de todos os casos e crimes não resolvidos como está fazendo com esse, o mundo já nem precisaria mais clamar por "Justiça", mas me envergonha por transformar isso tudo num imenso picadeiro enquanto o próximo escândalo não surge ou a próxima edição do Big Brother Brasil comece. Taí, vai ver é por isso que o povo se voltou tanto pra esse caso. Não tem mais nada "interessante" e "inteligente" passando na TV.
Doravante, esses humanos não vão descansar enquanto o caso não for resolvido, infelizmente não porque esperam por justiça, mas porque esperam pelo resultado do "bolão".
Oras, façam-me o favor, recolham-se às suas casas e vão treinar suas habilidades detetivescas lendo um livro de Sir Arthur Conan Doyle em vez de mostrar essa falsa indignação e comoção que é inversamente proporcional à real curiosidade que corrói vocês por dentro de maneira tão....humana.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ichi de Hydra

*Clique nas imagens para ampliar*

Ichi de Hydra

Ichi de Hydra


Ichi de Hydra


Ichi de Hydra

Jabu de Unicórnio e Ichi de Hydra

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Animais do Futuro

Eu ia fazer um outro post, mas me deparei com essa notícia e não podia deixar de compartilha-la (e ironiza-la).
Está ocorrendo na França uma exposição mostrando como seriam os animais do futuro, daqui a 200 milhões de anos, eis alguns deles:


Devido às patas potentes, essa ave seria um dos caçadores mais rápidos da Amazônia. (Uma pena que não vai conseguir voar...)

Enquanto a capivara apresenta pêlo mais denso, o "cuirasson" possui costas com escamas. (Sonic!? XD)

Lesma com 30 cm de altura existiria em 200 milhões de anos; a pele se tornaria dura (Esse escargot aí vai ser caaaaro...)

O "oisson" existiria dentro de 200 milhões de anos, descendente dos peixes-voadores. (Como se já não bastasse merda de passarinho teríamos que aguentar de peixes também...)

Descendente do uacari de cara vermelha, da Amazônia, que transformaria em savana.
(Nisso eu acredito! A Amazônia vai virar savana!)

Maior animal terrestre, o "Tortunossauro" evoluiria a partir da tartaruga gigante.(Até no futuro parece que as tartarugas continuarão lentas)

O "grande planador azul" seria um pássaro que viveria nos picos das montanhas (Parece um pokémon)Criaturas marinhas dotadas de uma concha e inúmeras patas longas (Parece outro pokémon)


Visitantes observam "lula-macaco". Descendente da lula evoluiria para animal terrestre (Eu já sabia que o Lula era um macaco u_u)

Francamente, o que eu acho de tudo isso além de parecerem novas criaturas criadas por Satoshi Tajiri? Se o mundo for durar mais 200 milhões de anos para que esses animais existam, eu vendo minha alma a Mefistófeles para poder ver isso. Alguém pode pintar meu retrato num quadro pra ele envelhecer no meu lugar?

Gotta catch all!! Pokeball! GO!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Within Temptation - Our Farewell (ao vivo)

Clip da música "Our Farewell" do Within Temptation, ao vivo. Até pra quem não gosta do estilo, vale ressaltar que essa é uma das músicas mais lindas e emocionantes que já ouvi, quem não quiser esperar o video carregar pode perceber pela tradução da letra. Música importante e inesquecível pra mim, o motivo não vem ao caso, enfim, curtam a música e a bélissima voz de Sharon Den Adel em dueto com Gea Gijsbertsen.

Our Farewell

In my hands
A legacy of memories
I can hear you say my name
I can almost see your smile
Feel the warmth of your embrace
There is nothing but silence now
Around the one I loved
Is this our farewell?
Sweet darling you wait too much, my child
See the sadness in your eyes
You are not alone in life
Although you might think that you are
Never thought
This day would come so soon
We had no time to say goodbye
How can the world just carry on?
I feel so lost when you are not by my side
There's nothing but silence now
Around the one I loved
Is this our farewell?
Sweet darling you wait too much, my child
See the sadness in your eyes
You are not alone in life
Although you might think that you are
So sorry your world is tumbling down
I will watch you through these nights
Rest your head and go to sleep
Because my child, this not our farewell.
This is not our farewell.


Nosso Adeus

Em minhas mãos
Um legado de memorias,
Posso ouvi-lo dizer meu nome
Quase posso ver teu sorriso
Sinto o calor do teu abraço
não ha nada além do silencio agora
em torno daquele que amei
este é nosso adeus?
Querido você se preocupa demais, minha criança
vejo tristeza em seus olhos
você não está sozinho nesta vida
embora pense que esteja.
Nunca pensei
que este dia chegaria tão cedo
nós não tivemos tempo para dizer adeus
como pode o mundo simplesmente continuar?
me sinto tão perdida quando você não está ao meu lado
não há nada além do silencio agora
em torno daquele que amei
este é nosso adeus?
Querido você se preocupa demais, minha criança
vejo tristeza em seus olhos
você não está sozinho nesta vida
embora pense que esteja.
sinto tanto que seu mundo esteja em ruinas
cuidarei de você por todas estas noites
descanse sua cabeça e vá dormir
Porque, minha criança, este não é nosso adeus.
Este não é nosso adeus.

domingo, 6 de abril de 2008

Noel - Poeta da Vila

Ontem fui ver Noel - Poeta da Vila, confesso que não estava muito afim de ir ver esse filme pois a imagem do malandro nunca me agradou muito, mas olha, o filme me surpreendeu e me agradou.
Obviamente o filme trata da vida de Noel Rosa, seus poemas, problemas, sua música e seus amores. A cena em que ele deixa os livros de medicina no chão e segue apenas com o caderno onde escreve suas músicas é de tamanha singularidade que fala por si só do momento em que ele abandona a carreira de médico e escolhe seguir como um poeta-músico-malandro-boêmio.
O que mais me agradou foi a fotografia do filme que é simplesmente "perfection", como diria a Maísa. O figurino impecável também retratando fielmente a década de 20-30, e por incrível que pareça, a trilha sonora bélissima, um samba, uma música popular brasileira com conteúdo, com poesia que realmente emociona e encanta até quem não é muito fã dessas músicas de boteco de esquina, cerveja e cigarro.
Como disse anteriormente, a fotografia do filme encantou-me de tal forma chegando a um momento de nostalgia que me fez recordar, não sei porque, Santarém, meus avós e uma infância a muito tempo esquecida.
Camila Pitanga, linda como sempre, no papel de Ceci, um dos amores, e por que não dizer, o grande amor de Noel Rosa, representado maestralmente por Rafael Raposo, tanto que não soube distinguir se ele também tinha o queixo deficiente como Noel Rosa original ou se era atuação. XD
Creio que a única "atuação" que não gostei foi do Supla como Mário Lago, ele atuando é tão débil quanto cantando-apresentando-falando-andando...enfim...
Realmente achei que dormiria durante o filme, mas prendeu minha atenção e me emocionou verdadeiramente.
A cena final sem dúvida é a mais emocionante de todas e nela podemos perceber o verdadeiro amor de um malandro que soube muito bem distinguir "malandragem de pilantragem", mas que soube acima de tudo, viver.

Noel Rosa

Trailer

terça-feira, 1 de abril de 2008

Jabu de Unicórnio

*clique nas imagens para ampliar*


Jabu de Unicórnio

Jabu de Unicórnio


Galope do Unicórnio

Jabu de Unicórnio VS Seiya de Pégaso V2

quarta-feira, 26 de março de 2008

O mundo dá voltas...e é a gente que faz girar...


Mas não é que aconteceu o que eu sempre digo? O Tempo se encarrega de tudo e olha que esse tudo é bem abrangente. Pode inclusive não ser nada. Mas Corpénico já dizia que o mundo era redondo, talvez ele mesmo tenha dito que o mundo dá voltas, e, parece que agora a volta que deu foi favorável a mim.
OK. Confesso que não tinha fé em mim mesmo, e quem me conhece ao menos um pouco sabe o quanto preciso trabalhar essa coisa de Ego (talvez até o Id e o Superego). Sempre achei que no fim desse ano eu iria voltar pra casa derrotado e mais perdido do que nunca ouvindo Home do Daughtry e deixando escorrer uma lágrima com a cabeça encostada na janela do avião olhando as nuvens. Mas não será dessa vez que isso vai acontecer. E, menos ainda pelo motivo que eu esperava.
Pois é, meus queridos, queridas e não tão queridos e queridas que leiem o Mensageiro das Estrelas, passei no vestibular! Repescagem? Sim, mas e daí? Tô lá dentro agora. Destino? Deixei de acreditar nisso faz muito tempo e tenho pra mim desde então que cada um faz seu destino. Acredito que cada um escreve sua história, seja ela com uma caneta, espada, suor ou sangue.
Apesar da falta de..., como dizer? Um eufemismo irônico: apesar da falta de pulinhos de felicidade da minha família e ovos quebrados na minha cabeça, eu consegui! Foi interessante minha irmã dizendo "não te empolga ainda", ou quando liguei tremendo até errar o numero de casa lá em Santarém, eu, todo serelepe com um sorriso que dexaria o Coringa parecendo um palhaço do circo do Beto Carreiro: "Paaaaaaaaai! Fui chamado na repescagem da UEPA!" E ele no tom mais nada empolgante do mundo: "Ah, que bom, vou avisar tua mãe". Hahahahaha foi hilário! Tinham que ver minha expressão mudando do outro lado da linha. Merecia um Oscar, mas me contento com o Garnier no banho.
Independentemente de quem esteja feliz ou orgulhoso por mim, eu estou. E muito! Essa aprovação colocou minha auto-estima lá em cima, se é que eu tinha alguma.
Se eu mereci? Acredito que sim. Não me acho um "cagado da porra" por isso. Cagado da porra é quem passa de primeira, oras pois,. Porém, não acredito que eu tenha me esforçado tanto quanto deveria, de qualquer forma, o esforço que eu fiz, independente da intensidade, valeu a pena.
Não sei se é isso que eu quero, mas sei o que eu não quero. Passar mais um ano sem saber o que fazer da vida, definitivamente eu não quero. Pra dizer a verdade, não sei o quero dela, mas to aproveitando cada oportunidade que ela me proporciona, seja boa ou ruim. Talvez seja esse o segredo, não da felicidade, mas o de viver.
Como diria a Xena: "tenho muitas habilidades", seja na área da escrita, das artes gráfcas, plásticas, cênicas, fotografia, tanto como fotógrafo e modelo, diga-se de passagem, seja pra filosiofia, pra história (conto umas até pra boi dormir de vez em quando, mas as de pescadores são as melhores), seja como vendedor ou limpador de chão de madame, minhas muitas habilidades vão me moldando e eu a elas, e, assim evoluindo mutuamente. Enfim, muitas coisas que até me fogem à memória no momento, não sou cantor, mas meus queridos, eu podia até apresentar o Sábado Animado. Sarcasmo e ironia até me sobram. Não sei se o mercado de trabalho quer alguém mais funcional que uma impressora da Epson, de qualquer forma, na medida do possível, vou me preparando pro que vier. E pro que der também



SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE - UEPA 2008
Aí vou Eu!
XD

*e o melhor: vou ter direito a carteirinha de meia passagem nos ônibus e nos cinemas XD*

sábado, 22 de março de 2008

I love you, baby

Video com cenas românticas de vários animes (só faltou do Hyoga e do Shun na casa de Libra XD) ao som da música "I love you, baby", nesse video cantada por Gene Vincent. Ótima música romântica, porém dançante. O original, se não me engano, é da Gloria Gaynor, mas já foi cantada por diversos artistas, inclusive por Heath Ledger no filme 10 coisas que odeio em você.
Essa música dancei no aniversário de 15 anos da Clara, com direito a puxar uma coreografia improvisada no refrão. E o que é melhor: a galera acompanhou. XD
Abaixo segue a letra e a tradução da música

You're just too good to be true,
Can't take my eyes off of you.
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much,
At long last love has arrived,
And I thank God I'm alive.
You're just too good to be true,
Can't take my eyes off of you.

Pardon the way that I stare,
There's nothing else to compare,
The sight of you leaves me weak;
There are no words left to speak.
But if you feel like I feel,
Please let me know that it's real.
You're just too good to be true,
Can't take my eyes off of you.

I love you baby, and if it's quite all right,
I need you, baby, to warm the lonely night.
I love you, baby, trust in me when I say:
Oh pretty, baby don't bring me down I pray,
Oh pretty baby, now that I've found you,
Stay and let me love you, baby, let me love you.

You're just too good to be true,
Can't take my eyes off of you.
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much,
At long last love has arrived,
And I thank God I'm alive.

You're just too good to be true,
Can't take my eyes off of you.

I love you ...
baby, and if it's quite all right,
I need you baby, to warm the lonely night,
I love you, baby trust in me when I say:
Oh pretty.....(Repeat lyrics while fading

Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Tocar você seria o paraíso
Quero tanto te abraçar
Até que enfim o amor chegou
E agradeço a Deus por estar vivo
Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você

Eu te amo baby
E se você concordar eu preciso de você
Para aquecer uma noite solitária
Eu te amo
E acredite em mim quando eu disser
Oh, lindo baby
Não me deixe triste, eu rezo
Agora que eu te encontrei, fique
E me deixe amá-lo
Oh baby, deixe-me amá-lo

Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Tocar você seria o paraíso
Quero tanto te abraçar
Até que enfim o amor chegou
E agradeço a Deus por estar vivo
Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você

quinta-feira, 20 de março de 2008

Ikki de Fênix V2

*Clique nas imagens para ampliar*
Ikki de Fênix V2

Ave Fênix


Ikki de Fênix V2


Ikki de Fênix V2 com o tridente da armadura de ouro de Libra


Ikki de Fênix V2 com a armadura de ouro de Leão


Ikki de Fênix V2 com a armadura de ouro de Leão