sábado, 26 de janeiro de 2008

Somewhere Over The Rainbow



Judy Garland imortalizou-se como Dorothy juntamente com a canção "Somewhere over the rainbow", em O Mágico de Oz, clássico musical de 1939. Apesar de ser qualificado como infantil, O Mágico de Oz tem lições que apenas as pessoas mais sensíveis conseguem captar inteiramente. Como diz nos créditos iniciais: "Um filme para os jovens de coração."



Na história, nós conhecemos Dorothy (Judy Garland) e seu cachorro, Totó. Procurando um lugar sem problemas, eles são levados por um furacão até o mundo de Oz. Para voltar pra casa precisa da ajuda do misterioso Mágico de Oz, durante a jornada encontra o Espantalho (Ray Bolger), o Homem de Lata (Jack Haley) e o Leão Covarde (Bert Lahr).



É interessante notar a dicotomia que os dois mundos nos mostras, apesar de explícita, creio que a maioria não atenta para isso: O mundo real, o Kansas, o lar de Dorothy, é mostrado em tons de sépia, enquanto o mundo fantasioso de Oz é altamente colorido, psicodélico, alegre (excetua-se os cenários da bruxa malvada do leste, obviamente). Esse paradoxo provavelmente tenta nos mostrar que nem sempre o mundo real é tão bonito como se imagina.



É nesse mundo onírico que eles saem para visitar o Mágico e passam por todo tipo de aventura, mas o objetivo de sua jornada é, essencialmente, tornarem-se mais dignos.



Uma cena interessante e também muito divertida é quando Dorothy encontra o Espantalho, este, ao ver a surpresa da menina ao encontrar um ser sem cérebro que consegue falar, diz: "Há pessoas sem cérebro que são muito faladeiras, não acha?" Ironia pura.



Outra cena que merece destaque é o encontro com o Homem-de-Lata que diz: "Se eu tivesse um coração poderia ser humano". Coisa que na vida real não acontece na prática. O que mais tem por aí é "ser-humano" sem coração (e também sem cérebro).



Os outros vêem o Mágico como o todo-poderoso, que tem a habilidade para lhes dar o que precisam, o que tanto desejaram. Desse modo, é uma grande decepção e uma grande surpresa quando Totó abre a cortina e tudo o que eles vêem é um homenzinho comum puxando alavancas. Suas expectativas não são atendidas. Não há nenhum mágico no final das contas. Na verdade, na melhor das hipóteses, o mágico é neutro. Ele não é mau. Ele não é bom. Ele é falso. Ponto final. Fim da história.



Como diz o Mágico para o Homen-de-Lata: "Quer um coração? Não sabe o quanto é sortudo por não tê-lo. Corações só vão ser práticos quando não puderem ser partidos." E complementa: "Um coração não é julgado por quanto você ama...mas por quanto você é amado pelos outros"
Dorothy, o Homem de Lata e os outros personagens podem ter acreditado no poder do Mágico, mas isso não fez esse poder se tornar real. Claro, tornou a vida mais fácil por um tempo pensar que alguém ou alguma coisa poderia fazer com que todos os problemas desaparecessem, que era possível viver feliz para sempre, mas não ajudou muito em circunstâncias reais. Na prática, o homenzinho com as alavancas não lhes conseguiu nada. O Leão ainda precisava de coragem, e o Espantalho, de cérebro. Dorothy continuava querendo ir para casa, e o Homem de Lata não conseguiu o coração que queria. Acreditar e pensar que o Mágico tinha poder foi o que instigou a jornada do grupo. Em outras palavras, um pensamento (sobre o poder do Mágico) levou à ação (sair para encontrar o Mágico). Mas esse pensamento mal orientado também os levou a um beco sem saída.


Quando o Mágico diz ao Espantalho: “Pelos poderes em mim investidos, dou-lhe este diploma - agora seja inteligente”; quando ele diz ao Leão: “Pelos poderes em mim investidos, dou-lhe esta medalha de coragem - agora seja corajoso!”, funciona? Acontece? Talvez nos filmes, mas na vida real, quando somos proclamados adultos - “agora seja maduro!”-, ficamos perplexos, com o queixo caído e olhos bem abertos, balbuciando: “Como?”.



Na realidade, o Espantalho não precisava de um cérebro, como demonstra durante todo o filme, é o que tem as melhores idéias e a maior inteligência. O Homem-de-Lata não precisava de um coração para ser humano, sua humanidade consistia nos sentimentos que nutria dentro de si e não no que batia no seu peito de lata. E o Leão Covarde nos mostra que não é corajoso aquele que não tem medo de nada, mas sim aquele que encara seus medos de frente e os supera. Já a Dorothy aprendeu que "não há lugar melhor que o nosso lar." Pois bem, ainda espero ter inteligencia suficiente para descobrir onde está, coragem para afrentar as adiversidades do caminho e poder encontar o meu lar... tomara que até lá meu coração ainda esteja inteiro (mesmo com fissuras) para que eu possa sentir que minha jornada pela estrada de tijolos amarelos finalmente teve seu fim ao encontrar o meu lugar, mesmo que seja além do arco-íris.





Em algum lugar além do arco-iris...bem lá em cima

There's A Land That I Heard Of Once In A Lullaby.

Existe uma terra sobre a qual ouvi uma vez em uma

canção de ninar

Somewhere Over The Rainbow...Skies Are Blue

Em algum lugar além do arco-iris...os céus são azuis

And The Dreams That You Dare To Dream Really Do Come
True.

E os sonhos que você ousa sonhar se tornam realidade

Someday I'll Wish Upon A Star

Algum dia, vou desejar a uma estrela

And Wake Up Where The Clouds Are Far Behind Me

Onde os problemas derreteram como gotas de limão nas

chaminés

That's Where You'll Find Me.

É lá que você vai me achar

Somewhere Over The Rainbow... Blue Birds Fly

Em algum lugar além do arco-iris...pássaros azuis

voam

Birds Fly Over The Rainbow

Passaros voam por cima do arco-iris

Why Then Oh Why Can't I?

Então por que eu não posso?

Somewhere Over The Rainbow... Blue Birds Fly

Em algum lugar além do arco-iris...pássaros azuis

voam
Birds Fly Over The Rainbow

Passaros voam por cima do arco-iris

Why Then Oh Why Can't I?

Então por que eu não posso?

If Happy Little Blue Birds Fly Beyond The Rainbow...

Se pequenos e feliz passáros azuis voam acima do

arco-iris

Why Oh Why Can't I?

Por que eu não posso?

3 comentários:

Unknown disse...

alo Ivan!
eh bem na hora q eu ia faze o comentario acaba a energia aqui=\
mas si
eu adorei o que c escreveu....eh um musical que eu realmente preciso ver....as liçoes dele sao extremamente importantes,singelas, tanto eh que como vc disse o classificam como de tematica infantil,...deve se fazer analise como c fez..na essencia...espero que eu consiga ve-lo....alem do moulin rouge mais um musical pra eu ver com o coraçao!^-^
abraçao!
hasta pronto!

Anônimo disse...

Plantinha escreve tão bem .beg *olhinhos brilhantes*

Bom, apesar das adversidades, no filme no fim tudo dá certo né... vamos ver nas nossas pobres vidinhas o que o futuro nos reserva :~

Princesa da Quimera disse...

Tava demorando pra um post seu me levar às lágrimas... Deixa eu te lembrar uma coisa: eu tenho tanto orgulho de você! *-*
Não sabemos do amanhã, mas já me sinto imensamente presenteada por ter saltitado contigo em alguns tijolos amarelos que ficaram pra trás.
Amo você, Ivan.
[isso é sério]
(l)