Que sou calmo e violento, sou
vendaval e brisa que a mercê da vida,
às vezes sou conforto, às vezes
incômodo. Às vezes paz, às vezes
caos.
Eu, o vento, que sou incolor e frio,
sou calor e sangue, que a mercê da
vida, às vezes sou dor, às vezes
rotina. As vezes sou morte, às vezes
vida.
Eu, o vento, que sou órfão e só, sou
carinho e carente, que a mercê da
vida, às vezes sou colheita, às vezes
plantio. Às vezes sou notado, às
vezes esquecido.
Eu, o vento, que sou força e anemia,
sou opressor e vítima, que a mercê da
vida, às vezes sou vento,
simplesmente.
Mário Nhardes